Os dedos enterram-se na pasta branca, misturam-na até à consistência certa para que seja depois vertida para os moldes. “Sempre dei muita importância em pôr a mão na massa, quero que tudo seja intimista e manual do início ao fim”, diz. De olhos colados nas formas que vai criando, num ateliê banhado pela luz do sol, Iva Viana presta homenagem a uma terra – Viana do Castelo – conhecida como casa de estucadores. Uma homenagem que, no entanto, não lhe pesa nos ombros, mas antes a orgulha por poder manter viva uma tradição e um património.

Natural de Viana do Castelo, onde nasceu em 1980, Iva Viana estudou Artes Plásticas, na variante de Escultura, na Faculdade de Belas Artes do Porto, e Tecnologias de Cerâmica, Pedra e Multimédia na Akademia Sztuk Pieknych, em Cracóvia, na Polónia. Terminados os estudos, a artista trabalhou como técnica de escultura numa empresa internacional, especializada em gessos decorativos, e estagiou com Pierre Merlin, em Nîmes, França. Em 2013, começou a desenvolver simultaneamente alguns projetos pessoais, no âmbito do seu próprio ateliê.

Um espaço que sempre soube que teria de ser na cidade onde nasceu. “Viana do Castelo dá-me qualidade de vida. Posso trabalhar daqui para todo o mundo. É uma cidade plana, tranquila”. E é justamente a partir daqui que Iva Viana cria para todo o mundo, tendo peças suas em locais tão distintos como Macau, Angola, Austrália, Londres, Paris e Portugal, claro.

Mas as suas mais recentes criações podem ser vistas aqui mesmo, no seu Centro, no âmbito da iniciativa Pulsar Viana. A artista visitou inúmeros museus da região e ali encontrou inspiração para criar uma peça inédita para este evento: a Flor de Lótus.

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